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sábado, outubro 07, 2006

Infiltração no tendão.

· Efeito do Corticóide em tendões previamente traumatizados.

Introdução:

Faz parte do dia a dia do Ortopedista o procedimento de infiltração de corticosteróide nas reações inflamatórias mais diversas, como tendinite(De Quervain), epicondilites, bursites olecranianas, artrites metacarpo falangeana(base do polegar,etc), cistos em geral. O uso exagerado deste procedimento traz lesões aos tecidos infiltrados.

Material e método:

Foram 20 ratos da linhagem “wistar”.

Foram feitos 4 grupos.

Grupo 01: Grupo controle. Para estudo anatomopatológico e teste de resistência.

Grupos restantes: Foram submetidos a trauma na região músculo- tendínea do trícepes sural. Após isto foi realizada infiltração em 3 séries: Uma após o trauma

Uma semana após

Duas semanas após.

Grupo 02: Foi realizado trauma no tendão e foi isolada para estudo.

Grupo 03: Foi realizado trauma no tendão e foi realizado infiltração como xilocaina no esquema acima mencionada.

Grupo 04: Foi realizado trauma no tendão( sempre utilizado esquema idêntico para ambos os grupos). Foi realizado infiltração com xilocaina e corticóide.

Dosagem: Xilocaina 2% sem vasoconstietor

Corticóide 40mg/ml metilpredinsolona.

Teste de Resistência.

Foi ligado a um dinâmetro a unidade osso-trícepes-osso.

A esse teste foi anexado um recipiente com água destilada a uma razão constante de 2.07ml/s. O aumento da vazão da água destilada aumenta a resistência exercida sobre a unidade músculo- tendínea.

Anatomopatólogica:

Cortes dos tecidos visualizados em microscópio, corantes: duas preparações.

1- Tricoma de Gomori: Visualiza colágeno de verde, fibras musculares de vermelho e núcleo de preto.

2- Hematoxilna e Eosina: Para evidenciar melhor o núcleo e o citoplasma.

Resultados:

A- Teste de resistência

· Série 24 horas- Não houve redução significativa na resistência pro grupo trauma (2) comparado com o grupo controle. Os grupos 3 e 4 tiveram uma redução de 22,5% e 21,1%, respectivamente.

· Série de uma semana- Diminui ainda mais a resistência do grupo corticóide para 58%, 40% para grupo 2 e 42% para o grupo 3. Quando comparados com o grupo controle 1.

· Série de duas semanas- Embora permaneça ainda a diminuição da resistência dos grupos 2, 3 e 4 com valores 14,6%, 14,6% e 37,5% respectivamente, houve aumento da resistência em relação á semana anterior.

· Série de 3 semanas: Embora com o descontínuo das infiltrações os grupos 3 e 4 permaneceram com a resistência diminuida.

· Série de 4 semanas: O grupo 4 permaneceu com 29,38% com diminuição da resistência em relação aos demais grupos.

B- Anatomopatológico

· Série 24 horas:

Grupo 2: Acentuado infiltrado inflamatório com leve predomínio de neutrófilo.

Grupo 3: Grande predomínio de neutrófilo.

Grupo 4: Polimornucleares e fibrina no tecido infiltrado.

O grupo 4 apresentou maior área de hemorragia, necrose e edema entre fibras musculares e tendão.

· Série uma semana:

Grupo 2 e 3: Não há infiltrado inflamatório nas fibrs musculares. No grupo 3 há ainda raríssimo neutrófilo e discreta proliferação fibroblástica.

Grupo 4: Apresenta área de edema acentuada, áreas com edema acentuada e degeneração basófila, necrose, hemorragia e infiltrado inflamatório.

· Série duas semanas:

Nos grupos 2, 3 e 4 há proliferação fibroblástica e instiocitária.

Grupo 4: Discreto infiltrado inflamatóro do tecido fibro-adiposo.

· Série três semanas:

Grupo 2, 3 e 4 estão livres do processo inflamatório.

Proliferação de fibroblasto.

· Série de quatro semanas:

Grupo 2, 3 e 4, o tendão esta livre de célula inflamatória.

Conclusões

1- A infiltração local com corticóide associado a xilocaina após trauma, leva a um acentuado infiltrado inflamatório, com predomínio de neutrófilo, fibrina, hemorragia, necrose, edema entre fibras musculares e tendão nas primeiras 24 horas.

2- Essa degeneração permaneceu por 2 semanas, quando já se observava proliferação fibroblástica e histlocitária de aspecto cicatricial na unidade músculo tendínea.

3- A diminuição da resistência tecidual foi observada de maneira significativa nas duas primeiras semanas.

4- A infiltração com xilocaina levou as lesões menos extensas do que a infiltração com xilocaina e corticóide.

5- No grupo de trauma isolada, foi observada processo inflamatório que perdurou entre 24 horas até a primeira semana, porém, sem necrose e leve diminuição da resistência musculotendínea.

6- Nos ratos, a infiltração de corticóide com xilocaina na unidade musculotendínea logo após traumatismo tem efeito deletérico observável sob o ponto de vista histológico e biomecânico.

Tal conclusão pode ser estendida a procedimento idênticos realizados no homem.

fonte: ArtigoDr. Osvandré Lech



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